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Hoje, no dia do nordestino quero deixar claro meu orgulho por ser baiana e nordestina e que este orgulho não é cego e que não compete com as demais formas de ser de outros lugares do mundo.
Não preciso, nem quero ficar defendendo minha farofa, meu acarajé, meu forró e meu axé.
Quero respeito.
Quero deixar claro que não suporto mais arrogâncias de todo e quaisquer tipos, dentre elas, as que se escondem atrás da ideia de que a grosseria e a impaciência são explicáveis pela relação com o tempo. Não são, porque não são apenas resultados, são princípios etnocêntricos. Assim como, não somos “folgados”.
Creio que a cidadania universal que tanto desejamos e precisamos, não está na superioridade e especialmente não está na rispidez que muitos, que se julgam autorizados a não serem criticados, e a criticarem tudo e qualquer detalhe que não lhes agrada. O mundo não pode ser um espelho e toda diferença não pode ser vista, como inferioridade.
Posso sugerir que devemos ser elegantemente espertos e devolvermos sem vingança, as excessivas críticas. Os nordestinos (em sua maioria) sempre foram reconhecidamente generosos e sempre receberam bem a todos de todos os lugares, inclusive com elogios aos lugares de onde vieram. É justo que ajustemos as acolhidas, os elogios, as recepções com as devidas medidas que hoje aprendi, – oferecerei minha generosidade, tempo e humanidade aqueles que enxerguem com bons olhos, e não mais como sempre foi visto (pela maioria) – como subserviência, folga ou traço de inferioridade.
Não somos guias turísticos de aldeias.
Sigo enxergando os paradoxos, os excessos e faltas de cada lugar. Sejamos bons e justos.
Bom seria, se aprendêssemos todos, com o que há de melhor em cada lugar.
Um salve aos humanos de qualquer lugar.